Operação do Ministério Público prende seis líderes regionais do PCC em Rio Preto e Mirassol
Seis pessoas apontadas como líderes regionais da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foram presas nesta terça-feira, 21, durante a Operação Axioma em Rio Preto e em Mirassol.
O principal alvo era um casal de comerciantes, dono de uma loja de celulares no Solo Sagrado, apontado pelo Ministério Público como fornecedor de chips para celulares de integrantes da facção criminosa que atuam ilegalmente de dentro das celas de presídios paulistas. Os mandados de prisão temporária foram cumpridos pelo Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (BAEP) de Rio Preto. Foram cinco prisões em imóveis residenciais e comerciais de Rio Preto e a outra em uma residência de Mirassol. Um sétimo envolvido foi alvo da operação, mas ele já cumpre pena no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Rio Preto. Mesmo atrás das grades, ele seria membro ativo do PCC, segundo o MP.A operação de terça-feira foi deflagrada após investigações iniciadas em dezembro de 2022, coordenadas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de Rio Preto. Após reunir as provas, foram expedidos sete mandados de prisão e mais nove mandados de busca e apreensão pela Justiça de Rio Preto. Depois de serem presos, os suspeitos foram inicialmente apresentados na Central de Flagrantes de Rio Preto. Logo em seguida, foram transferidos para a carceragem da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Rio Preto. Passada a audiência de custódia, eles têm previsão de serem entregues ao sistema prisional paulista. Ação do Gaeco em parceria com a Polícia Militar de Rio Preto prendeu seis pessoas ligadas à facção criminosa, entre eles um casal de comerciantes que usava laranjas para habilitar chips de celulares. Todos os presos, quatro homens e três mulheres, vão ficar atrás das grades por ao menos 30 dias, já que os pedidos são prorrogáveis por mais 30 dias, explica o promotor de Justiça Tiago Fonseca. “Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido em um estabelecimento comercial, uma loja de celulares, que nós temos informações que era utilizada por membros da facção justamente para facilitar esta comunicação. Eles forneciam chips de celulares com a função de tirar do radar das autoridades a comunicação entre os integrantes”, diz o promotor. De acordo com o apurado pelo Gaeco, os criminosos cadastraram os chips dos celulares em CPFs frios ou de laranjas, principalmente de pessoas sem antecedentes criminais. Nesta situação, eram descartados parentes e amigos dos criminosos para cadastro dos chips, porque eles são preventivamente monitorados. O truque da facção criminosa é para tentar escapar de interceptação telefônica dos diálogos internos. Depois desta manobra, os chips entravam nos presídio enviados de forma ilegal, por meio do esquema interno do PCC. Para o comandante do CPI-5, coronel Fábio Cândido, a operação serve para ajudar a acabar com os núcleos do PCC assim que são identificados em Rio Preto, para evitar a dominação da facção criminosa dentro da cidade. “A desarticulação desta organização criminosa acaba sendo uma ação preventiva. Muitos crimes acabam sendo evitados. Nada melhor do que essa ação executada pelo BAEP, em apoio ao Ministério Público, para que todas essas buscas e prisões fossem feitas”, diz o coronel. Durante a operação foram apreendidos documentos, celulares e computadores dos suspeitos. Tudo será submetido a perícia criminal para checar mensagens e documentos que possam ter ligação com o crime organizado. O promotor Tiago Fonseca afirma que as investigações vão continuar a partir do resultado da análise dos celulares e documentos apreendidos com os suspeitos. A principal intenção é saber quem mais está envolvido com os criminosos. Uma das teses investigadas é saber se os líderes presos têm o poder de influência sobre todas as 96 cidades da região de Rio Preto. Os homens presos ficarão provisoriamente no CDP de Rio Preto e as mulheres serão enviadas para a cadeia feminina de Nhandeara. Caso fiquem comprovadas as participações no PCC, todos vão responder por associação criminosa. Além disso, o detento alvo de mandado dentro do CDP poderá ter sua pena acrescida e ficará mais tempo atrás das grades. Os advogados de defesa das sete pessoas suspeitas acompanharam a detenção delas e a apresentação na Central de Flagrantes de Rio Preto, mas até o fechamento desta edição não se pronunciaram sobre as acusações.
Operação Axioma
- Ação contra líderes regionais do PCC com participação do Gaeco e da Polícia Militar
Locais
- Rio Preto
- Mirassol Centro de Detenção Provisória (CDP) de Rio Preto
Mandados
- 7 mandados de prisão cumpridos
- 9 mandados de busca e apreensão
Esquema
- Entre os envolvidos está um casal do bairro Solo Sagrado
- Os dois têm uma loja de celular e forneciam chips de celulares que eram enviados a presos
- Para driblar a fiscalização, a loja usava CPFs frios para habilitar os chips de celulares
- A investigação irá apontar se eles participam também do fornecimento de chips para presídios de outras partes do Estado
0 Comentarios